sábado, 27 de setembro de 2008

textinhos simples pra começar o dia:

Maria e o amor

Maria nao dormia há 3 dias.
Deitava em sua cama, suava noite adentro.
Pensamentos sobre tudo e nada lhe invadiam a cabeça.

Lembrou-se de lembrar o que nao conseguia esquecer.
O sorriso, a voz, a fala.
Uma noite em que conversaram até a madrugada e depois se despediram com um adeus.
Nao houvera troca de telefones ou intenção de manter contato.
Vidas teriam que nao poderiam ser invadidas por um sonho de paixão.
Ela olha pro lado e ver uma foto. Sorrindo pra ela um rosto conhecido.
Um amor que durava tantos dias e tantas noites e que já construíra tantas coisas belas.

E nao pense que Maria nao dormia por estar morrendo de paixao pelo estranho.
Ela estava era impressionada como o amor e a paixao eram coisas distintas, que nem se misturam, como dizem por aí, ou até podem ser misturados no começo de uma historia de um par. Mas o falecimento da paixao é certo.
E o amor é esse sorriso na cabeceira da cama.

Um parêntese para uma historia real

O sol do sertão queimava suas costas.
Olhou pro céu, olhou pro chão.
O buraco ainda quase raso, quase rente ao solo de seu terraço.

Já encontrava-se ali há três horas.
Tentava, com pouco sucesso, retirar o solo que transformara-se em pedra seca, em rocha dura com a secura.
Cavaria até a noite, pelo visto.

Nenhum homem da vizinhança, nenhum amigo de enxada, passara por lá.
Ontem a noite, recebera a curandeira, recebera seu cumpadre, sua irmã mais nova e o marido dela.
Quando o último suspiro calou, quando os olhos foram fechados, pessoas fizeram em nome do padre e foram embora.
Acendeu o candeeiro e velou o corpo de sua mãe.
Noite adentro, dia por vir.

Raiu o sol do dia e começara a empreitada.
Deus do céu, fazei o céu brilhar menos.
Sua mae deitada na cama, repousava o último sono.
Preparando-se pra dormir no solo duro do sertão.
quem sabe, assim, nascem flores.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

e o meu coração tem namorado.
que cuida.

Reencontro

-Sabe aqueles sonhos? Lembra deles? Eu realmente sonhei. Falam que muita gente diz que sonha pra criar qualquer ambiente fantástico. Não eu. Realmente sonhei tudo aquilo. Contigo, comigo, com a gente. Pode acreditar. Nunca menti ou fui falso. Nunca te disse que te amava pra poder te beijar ou te deitar em meus braços. Realmente fui e ainda sou tudo aquilo que eu te disse.

-...

- Talvez se voce tivesse acreditado um pouco mais em mim, em vez de ir, em vez de virar as costas e dizer que tudo foi nada...

- ....

-Nunca te culpei. Sei que participei do nada que a gente criou. Do vão, vazio, que a vida deixou depois de tudo ir. Nunca te culpei sozinha. Nao tenho porque mentir.

- ....

- E hoje é esse tempo de nãos. Não fomos, não somos, não seremos nunca. Todos os sonhos, tantos sonhos que eu sonhei de verdade... E o tempo do nao é tudo que existe.

-....

-Se é justo eu nao sei. Sei que penei, chorei, sofri. Ainda sofro quando lembro, aliás. Aí vem você e me diz oi. E eu vejo em teus olhos todos aqueles sonhos que eu tive....

-....

- Nao precisa ir. Você já voltou e isso muda tudo. Um oi, um sorriso, nesse olhar todos os sonhos. Nao precisa ir.