domingo, 29 de novembro de 2009

Essência

Pequenamente menina, encontrou-se mulher.
E há quem enxergue a fórmula que esconde.
Veneno e flor. Forte e suave. Vermelho e azul.
Inspira cuidado porém nao se engane. Há mais de apertos do que de abraços.
Foi feita assim, embora modifique-se por vezes querendo caber em idéias que nao dao certo pq anulam o que é.
Solta, porém, voltou a si.
E há quem enxergue a fórmula que esconde.

sábado, 28 de novembro de 2009

O que faz sentido:

Amizade é uma coisa que te segura firme na hora em que o furacão vem passando. E quando ele passa, com aquela vontade vulgar de te derrubar, é uma delícia saber que nao é só vc que está lutando pra se manter firme. A todas as mãos que lhe empurram pra frente e lhe ajudam a construir o seu castelo ou sua casinha de taipa ou ainda qualquer morada que vc escolher, agradeça fortemente. Nada é mais forte que um coração amigo, nada é mais bonito do que essa torcida desinteressada de que tudo dê certo. Aos meus amores.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Pelas noites...

Doce ironia - pensou. Olha a chuva!
E logo ali naquela noite especial! Vestido especial, unha pintada, cabelo brilhando. Havia perdido aqueles exatos 2kgs que toda mulher sonha. Confiança de que tudo seria mágico a começar pela lua que brilhou pra ela logo quando saiu de casa e....chuva! Forte....
Se encostou no aperto de umas 30 pessoas, embaixo de uma marquise de 2 metros. "OK, vai passar..." Foi só acabar de pensar positivo quando se deu conta que estava no escuro. Sim, havia faltado luz. Sexta feira treze, acreditem: não é superstiçao. Bem, vamos pra casa entao e fim de noite... "Mas logo ali tem um barzinho iluminado, ta vendo?"- disse alguem.
Era verdade, a luz era fraca mas havia luz afinal!! Mesmo nas piores sextas-feiras.
"Quer que eu te leve lá? Nao tenho sombrinha, mas corro ctg na chuva" - falou a mesma voz.
E assim nasceu o primeiro sorriso da noite. Esperando ansioso pelos outros que viriam. E vieram.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Acredito em amor mais do que nunca - pensou. Mesmo que a vida se encarregue de me fazer acreditar o contrário. Deitou de lado e foi dormir.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

MG

Bem, é certo que atraía novidades e tipos interestaduais. Tinha um encanto brejeiro, que atraía, por assim dizer, por espanto - qta inocência nesses dias!! Sua amiga pegava o canudo e fazia um olhar sedutor, enquanto ela apenas sorria e dizia: cmg nunca vai dar certo!
Minas Gerais esconde pessoas assim: olhos pequenos admirados. O nome é de sertanejo, falta a dupla, eita apareceu, nada falta mais!! "Preferimos Brahma a Skol! Eita, ó lá, o cara se equilibrando na corda! Tem sempre disso aqui? Vai cair!Noossa! Vcs colocam coentro em tudo aqui. Sabe um lugar bom pra almoçar, sem coentro?!". A noite passava e caía na risada: sim, era possível sorrir. Pessoas despertam isso, são o tempero disso, origem, meio e fim. Subiu pro banheiro com a amiga sedutora - a que ficou perguntou: é aquela? E ele disse nao. É a outra e ele apenas sorriu. Ao voltar, sabia-se a escolhida. E já sabia disso bem antes de precisarem de palavras. Olhares e sorrisos nao mentem. A noite era um encanto e deixava cair magia. Ela abria os braços em pensamentos. Em ação, encostou-se na parede. Do lado, um novo alguém. Ainda desconhecido, revelando encantos. Transparecia em pequenos detalhes. Nas coisas simples. Pessoas se revelam em gestos pequenos. Era observadora, notou. "Cuidado com a rua!" Puxava ela pra mais perto, enquanto os carros, tantos, passavam, bem proximos. E ela distraída. "Cuidado com a rua", olhando pro galego que já postava-se do seu lado, cheio de olhares. E ela distraída. E riam daquele pequeno segredo novo. Ao desperdir-se um até logo. Ao ir embora, a ligação. Ao deitar-se a mensagem. "Saudades". Sim.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Sobre bonecos e ruas

Sim, existe o colorido momentâneo e tudo aquilo que se vive - pensou. Apontou pro boneco de Olinda que aparecia pela janela de uma das tantas casas daquela rua em que caminhava a dois. "Olha, já viu?". Mostrava aquilo como se dissesse: "Isso sou eu, gostas?" E ao mesmo tempo em que queria que ele nao gostasse, permitiu-se deixar ser gostada por ele. Sim, as ruas de Olinda tem uma cor sem igual, ele dizia. "Nao saio mais daqui". E ela se calou pq nao sabia se queria que ele ficasse. Sim, existe o colorido momentâneo e tudo aquilo que se vive. Frases a invadiam e diziam: é hoje e somente hoje é o que é, vá. E ela decidiu ir e colorir-se mais uma vez. Pq vale a pena andar de mão dadas em ruas como essas e sorrir com as besteiras que se descobre a dois. E apesar das mãos estarem sendo tomadas e sua vida, mais uma vez, invadida: nao se sentia mais a vontade pra andar assim, junto. Queria sorrir, é fato. Queria abrir a janela e deixar o sol entrar, queria dividir a beleza que sentia em coisas simples. Queria admirar e respeitar o ato do outro, que dividia a água com a velhinha dançarina daquela rua. Gostou do sorriso, sorriu de volta. "A velhinha sempre estará ali, dançando e declarando amor apaixonado ao violeiro que canta na varanda daquela bodega!", ele dizia. "Mesmo que tudo mude ao seu redor", ela pensava. Mesmo que coloridos venham e vão, em novas cores. Mesmo que as cores antigas nao mais importem ou que seja melhor pensar assim. A velhinha continua dançando e as janelas estao abertas pra que vc mostre a alguém a beleza de um boneco, o encanto de um momento e viva a noite com alegria. E amanhã, um novo dia.