domingo, 18 de julho de 2010

Baila

Por dois momentos ela esperou que todo o tempo do mundo parasse para que - assim - pudesse pensar no próximo passo correto, no acerto, naquele que caberia exatamente no que desenhou como futuro seu. Com as duas mãos apertou o peito, exatamente onde o coração batia quente e a expectativa o fazia saltar. Porque o tempo não para. Porque todo o adiante é incerto. Porque a dança misteriosa que começara - e que, curiosamente, ainda soava como se fosse nova - não seguia qualquer coreografia bem ensaiada. Porque tudo o mais é mistério. Porque nao sabia como executar os passos. Porque nao era bailarina, mas jamais deixaria de ser dançarina de sua vida e nao se importando com o que quer que acontecesse no palco, foi dançando, errante, seu próximo minuto e todos os momentos.