Ferida, sentada na calçada que andávamos outrora, fechei os olhos apenas pelo instante permitido à lembrança. Cega por tudo a volta, enxerguei momentos proibidos ao meu coração, me trazendo malditas doces lembranças que amargando meu escuro, coloriam-no também.
Por um instante senti um peso do lado direito do ombro e a tua cabeça deitada cheia de sonhos cabendo perfeitamente e tão unicamente no conforto do meu corpo e na compreensão que todo o meu amor permitia oferecer.
As luzes apagavam-se uma a uma pela rua afora e eu, presa na escuridão dos meus olhos fechados, deixava de ver o adormecer da noite, amanhecia-me a alma.
P.
sexta-feira, 7 de novembro de 2014
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