quarta-feira, 27 de agosto de 2008

(nuvens sao pedaços gigantes de algodão doce).

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

(Intervalo pro pânico)

Luz acesa às 3 da manhã. Dormi com o livro perto do rosto, como sempre.
Levantar, apagar a luz, tentar voltar a dormir.
Meus fantasmas me assombrando e minha imaginação indo além. Sempre além.
Ouço barulhos e penso que vêm da minha cabeça. Rugidos, ruídos, sons da minha fantasia; do medo.

Fecho os olhos e espero passar.

Enquanto isso, os sons aproximam-se cada vez mais da porta do quarto. Abro os olhos e vejo todo o azul da parede e do teto. Estou em outra casa, outro país. Longe, muito longe. E rangidos de madeira sobem a escada. Me concentro num soh pensamento, tentando nao entrar em pânico: '"é a dona da casa, é a dona da casa". Ruídos caminham pelo corredor. Espero, ansiosa, que ela bata na porta do quarto e me diga algo sobre consumo de energia elétrica.
O silêncio que segue faz crescer minha expectativa.

Levanto da cama e, sabe-se lá como, enfrento meus monstros e meus fantasmas. A incerteza da existência de alguém atras daquela porta nao me deixaria voltar a dormir. Reúno todas as minhas forças e me aproximo da porta.

Nada pra ouvir. Nem respiração, nem rangidos de madeira, nem qualquer espécie de som que confirme a existencia de alguem ali.
Abro a porta apenas pra confirmar que atrás dela nao existe nada.

......

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Introdução

Com o devido perdão àqueles que nao gostam de ficção, "Os quartos, o jardim e a sala":

Da porta do quarto mais alto da casa, via-se aquele jardim extenso, cheio de plantas mal cuidadas e projetos pretensiosos de flores belas. Havia um quê de melancolia e abandono; de quem planta e nao tem tempo de cuidar, ou até mesmo de quem planta e esquece.

Moro há 2 dias no quarto azul. Entrando pela sala e indo até a última parede, subindo pela escada de madeira e atravessando o corredor, passando o primeiro quarto. É o segundo.
A dona da casa nao fala muito sobre nada. Cheguei e até tentei travar algumas conversas, usando meu inglês fajuto em vãs tentativas de diálogos. Penso que ela nao entendeu ou nao quis conversa. Falou, como que pra se livrar logo de mim, algo que eu entendi como : "deixa eu te mostrar o seu quarto".
Olhei pros lados, tentando vislumbrar outros moradores ou fotos que dissessem mais sobre aquela mulher e aquela casa. Ninguém. Nem em vida, nem em fotos.

Rangiam os degraus, enquanto subíamos as escadas. Tive uma vaga impressao de que o quarto em que eu me instalaria cheiraria a mofo. Os olhos lacrimejaram e apertou a saudade dos meus pais e de lençóis limpos. Mas só choraria quando trancasse a porta.

Diferente do que eu imaginei, simpatizei com o quarto. Móveis antigos, mas bem conservados. Cheirava a flores frescas, mas a ausência de qualquer planta viva nos jardins da casa, me fez achar que a dona colocara algum cheirinho artificial qualquer, que disfarçasse algum outro cheiro mais estranho. Sorri e agradeci.
Antes de sair, ela me olhou durante alguns segundos. Sem saber o que fazer ou o que dizer, resolvi sorrir. Ela pareceu inexpressiva e indiferente ao meu gesto durante algum tempo que pareceram horas. Depois deixou rasgar um sorriso no rosto austero. E pequenas rugas sorriram com ela.
Desceu as escadas, sem dizer adeus.

Colocando minhas coisas no chao do quarto, pensei nessa noite nova que estaria por vir. E nos tantos outros dias.

.....

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Esse amor que desmancha nuvens e cria uma tela no céu.