Ainda chove na primavera.
Na Bahia, em Canhotinho.
Em Divinópolis, aqui.
Ainda chove na primavera.
Quando chove, guardo o óculos de sol e observo.
As cadeiras dos bares e mesas das calçadas fecham-se por um instante e aguardam.
Aguardam o tempo mudar.
Ainda chove na primavera e eu me recolho às vezes.
Outras, deixo que os pequenos pingos ou as tempestades passageiras me molhem também.
Combina.
Combina com essa coisa meio termo.
Combina com o meio sorriso desse meio tempo que aguarda as flores que até ontem nem pareciam querer sair.
Ainda chove na primavera e aqui em casa a chuva ajuda a aguar as plantas nos dias em que esquecemos delas.
Um aviso pra não ficarmos totalmente distraídos dessas coisas que parecem apenas complementares, mas que são fundamentais.
Ainda chove na primavera e acabei de enxugar o quintal do jardim.
Pego as cadeiras de praia e distribuo onde o sol aparece tímido, mas aparece.
Ainda chove na primaveira e convido todos a sair de casa.
Talvez exista um dia inteiro de Sol nessa primeira manhã de chuva.
Ou mais chuva esperando pra sair.
Ainda chove na primavera e há tanto a esperar dessa inconstância do tempo.
Estações, transformações, ah!
Ainda chove na primavera.