terça-feira, 8 de julho de 2008

Asas

Tinha aquela voz infantil e um sorriso no rosto que faz os olhos se encolherem.

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Acordara em um novo país. E a cama, mal feita, era testemunho de uma noite agitada. Corpo quente de amor, rosto sonhador. Deu bom dia pro dia e sorriu pro quarto novo. Levantou-se antes que preferisse morrer ali.

Era verdade que se conheciam pouco e que o amor que sentia parecia uma coisa que não existia: e mil absurdos proferiram sobre a sua loucura. E resolveu ivnentar uma lei onde qualquer loucura que fizesse sorrir, deveria ser posta em prática pelo mundo todo.

Abraçou o corpo, enquanto via, da janela, o novo sol, a nova paisagem, nova cidade, presente seu. Tantas cores vibrando, querendo ser vistas, conhecidas por novos olhos e muito horizonte pra deixar-se perder em sonhos. Pensou em voar janela afora e se jogar pro mundo. Mas esperaria sua chegada e assim se jogariam os dois: juntos, como aquele jogo que acabara de começar: o de ser dois, de ser par.

E assim, quando ele entrasse pela porta, saberia o que fazer. Abraçaria seu corpo bem forte, afastando o penúltimo e o último medo. E então se lançariam no absurdo do mundo. Voariam e voariam, sem vontade de chegada, sem lembrança de partida.

E todos os profetas que conspiram contra a loucura se calariam, olhando pro céu. Pq aquele era o presente que faria o futuro. De corpos que flutuam na imensidão, confiando que juntos não caírão.

Novos pares se jogariam de janelas altas e varandas de prédios suntuosos. E aqueles que viviam no chao, se permitiriam voar.

E na terra existiria menos gente do que no céu.
Pq o amor é leve e voa alto. E voa até longe, sem fim...

....

Deixou-se perder em sonhos e vôos errantes, abraçando o corpo ainda quente de amor e sonho, enquanto esperava que ele abrisse a porta.

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