quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Um doce amor cru


Encontrei-te entre tuas pilhas organizadas em ordem alfabética, fazendo uma tabela sobre tudo e sobre o nada.
Teu ritmo, emoldurou-se ao meu, trazendo chão pras minhas pernas e firmeza ao meu andar.
Começaste querendo mais e muito e enxergando em mim um universo que me embelezava.
Instigasse minha doçura e enterrei no passado os ácidos momentos que vivi ali.
Deste-me sonhos em comum para compartilhar e beleza ao meu pôr de sol.
Engoliste o meu platonismo, o meu byronismo e em pratos de sinceridade me servisse cru o amor.
Experimento tuas delícias sabendo que são reais e melhores por isso.
Sem torpor, enxergo-te e te amo, amando também tuas futuras rugas e o primeiro fio branco que vi nascer no teu cabelo.
Amo o amanhecer, o entardecer e o anoitecer contigo.
As ranhuras, a simetria e os detalhes.





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