segunda-feira, 15 de novembro de 2021

E agora?

Você enrolava meus cabelos com os dedos e me olhava como se visse algo a mais em mim.

No meu corpo ainda quente e marcado pelo que vivemos ainda agora, surgem novos arrepios e vontade de te ter mais perto outra vez.


Involuntariamente, dirigi minha mão pro teu rosto, delineando a surpresa e confusao que te enxerguei sentindo, antes de fechar os olhos e se deixar ficar… completamente relaxado.


Ali, nao sei se queria continuar te olhando ou se te queria colado em mim, mas torcia decidida pra que os minutos durassem pra sempre e que neles se perdessem todas as nossas vontades….


Entregue e também confusa, sentia meu corpo ir sozinho em tua direçao e o teu, sem comando, se voltar completamente pra minha.


Nossas pernas se perdiam e meus cabelos, antes enrolados nos teus dedos, agora estavam apertados e presos em uma de tuas mãos. Quentes.


À deriva, soltamos um sorriso sem graça, espantados com o golpe magnetizante que sem volta nos unia, extremamente suspresos que daquele nosso antes e durante, surgisse, inesperada e urgente, a vontade de depois. 


E agora… 



segunda-feira, 1 de novembro de 2021

(Dobrou as pernas e, com o notebook no colo, encostada na cabeceira da cama, em um feriado sem cara nenhuma de feriado, escreveu:

Por que toda vez que falo sobre desejo, sinto a necessidade, logo depois, de falar sobre amor?

Trocas intelectuais, olhares, afinidades, livros, filmes e música, o que me desperta um, desperta o outro.

Claro, existe a diferença, a doce diferença que os anos denunciam: está no meio, no momento, no exato momento em que você não quer saber de nada, quando o mundo inteiro desaba e quando você se torna desinteressante e mais triste do que gostaria. É quando o amor fica ali ou grita. E na sua companhia ou resposta desesperada está tudo o que me faz continuar escrevendo, depois do desejo, sobre o amor.)