Duas taças encostadas, manchadas de vermelho no fundo, abandonadas perto da pia e uma garrafa de vinho vazia.
Miles Davis retido no ambiente (“so what”),
a rebeldia de um jazz mítico de um músico genial, ecos da noite passada.
Paredes frias de um dia frio, manhã que deveria esquentar um pouco e lentamente e suavemente cumpre esse papel: esse de desgelar o tempo.
Estico o corpo.
Coloco a xícara na mesa.
Preparo o café e amo o cheiro inconfundível que invade o ambiente (como descrever cheiro de café? Casa? Café tem cheiro de casa?).
Preparo algo bom de gostar e aguardo passos descerem a escada.
Sim.
Ainda sinto frio.
Está aqui, indelével, em cada um dos meus ossos.
Sim.
Ainda é inverno.
E que seja!
Que seja inverno.
Não importa.
É tempo de sorrir com as estações.
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