Liga o som, Patrícia.
Faz tempo que nao toca nada nele.
Exitiu um tempo, eu lembro, as melhores músicas e mais felizes.
Algumas, poucas, com seu charme down. Penso até que as melhores.
Acontece que ele nao tem tocado nada.
Tanto som ansiando por se propagar no espaço.
E nada.
Silêncio.
....
Mexeu no celular.
Já sabia o caminho: configurações -> mensagens -> mensagens gravadas.
Releu as mensagens dele.
Houve um tempo, pensou...
Se perguntou como poderia ser diferente?
Existia alguma maneira certa de respondê-las para que nada desse errado?
Existia um jeito, definido, correto, de corresponder-se?
Nao. Jamais responderia de uma maneira adequada.
Sempre deslocaria uma vírgula e estragaria tudo.
Melhor aproveitar aquilo que nao tem problema nenhum se for ao lixo.
....
O motel era aquele.
Gostava daquele porque já conhecia.
Confortável... nao parecia motel.
Pensou o quanto seria legal ir por ali, sozinha.
Fechar a garagem, entrar no quarto, deixar meia luz, colocar uns cds que levaria, no som, tirar algo da geladeira, deitar-se na cama e olhar-se.
Pensar sobre si, encarando-se no espelho oval do motel.
Já fizera isso, algumas vezes, ali mesmo.
Por uns minutos, sozinha.
Enquanto ele tomava banho e ela se negava a acompanhar, pedindo um tempo, passava a melhor parte da noite, contemplando-se no espelho.
Roupa nenhuma, alguns lençois sobre o corpo. Cabelo espalhado, algumas marcas no corpo que sairia em uns dez minutos, nenhum pensamento invasivo... Nada sobre mensagens mal respondidas ou sobre o lixo que poderia ser estragado a qualquer tempo, sem jamais deixar de ser lixo. Era o que via no espelho do teto.
Cinco minutos de paz fazia todo aquele sexo médio valer a pena.
E, quando ele saísse do banheiro e ela sorrise, espreguiçando-se, ele sorriria de volta e pensaria que era o responsável por tudo aquilo.
E ela apenas ia enfeitar e deixar subentendido o lance do lixo, depois.
Mas decidiu que nunca ia falar que não gravava suas mensagens.
Sabia o quanto era importante correr atrás do sonho, carregando um saco de ilusão nas costas.
Exitiu um tempo, eu lembro, as melhores músicas e mais felizes.
Algumas, poucas, com seu charme down. Penso até que as melhores.
Acontece que ele nao tem tocado nada.
Tanto som ansiando por se propagar no espaço.
E nada.
Silêncio.
....
Mexeu no celular.
Já sabia o caminho: configurações -> mensagens -> mensagens gravadas.
Releu as mensagens dele.
Houve um tempo, pensou...
Se perguntou como poderia ser diferente?
Existia alguma maneira certa de respondê-las para que nada desse errado?
Existia um jeito, definido, correto, de corresponder-se?
Nao. Jamais responderia de uma maneira adequada.
Sempre deslocaria uma vírgula e estragaria tudo.
Melhor aproveitar aquilo que nao tem problema nenhum se for ao lixo.
....
O motel era aquele.
Gostava daquele porque já conhecia.
Confortável... nao parecia motel.
Pensou o quanto seria legal ir por ali, sozinha.
Fechar a garagem, entrar no quarto, deixar meia luz, colocar uns cds que levaria, no som, tirar algo da geladeira, deitar-se na cama e olhar-se.
Pensar sobre si, encarando-se no espelho oval do motel.
Já fizera isso, algumas vezes, ali mesmo.
Por uns minutos, sozinha.
Enquanto ele tomava banho e ela se negava a acompanhar, pedindo um tempo, passava a melhor parte da noite, contemplando-se no espelho.
Roupa nenhuma, alguns lençois sobre o corpo. Cabelo espalhado, algumas marcas no corpo que sairia em uns dez minutos, nenhum pensamento invasivo... Nada sobre mensagens mal respondidas ou sobre o lixo que poderia ser estragado a qualquer tempo, sem jamais deixar de ser lixo. Era o que via no espelho do teto.
Cinco minutos de paz fazia todo aquele sexo médio valer a pena.
E, quando ele saísse do banheiro e ela sorrise, espreguiçando-se, ele sorriria de volta e pensaria que era o responsável por tudo aquilo.
E ela apenas ia enfeitar e deixar subentendido o lance do lixo, depois.
Mas decidiu que nunca ia falar que não gravava suas mensagens.
Sabia o quanto era importante correr atrás do sonho, carregando um saco de ilusão nas costas.
Um comentário:
off-topic: moça, te indiquei para o blog day. está no post do dia 31 de agosto, no endereço www.bolo-de-rolo.blogspot.com .
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