A areia fervia.
A canga fina embaixo de seu corpo deitado, nao ajudavam-na a separar a quentura do corpo do fervor da areia. Uns minutos a mais, insolação nao tardaria. Esperaria...
Olhos fechados, pingos indinstintos pelo corpo, pelo rosto. Um maior chegando à boca com um gosto salgado de lágrima ou suor, mas nao saberia dizer, ao certo, qual deles.
Sabia que queimava. E era como se queimando pudesse também incendiar todo o seu interior. Era como se o gelo por dentro, a frieza de mulher ressentida, evaporasse.
Evaporavam partes dela...
A praia era deserta mas sentiu uma presença. Dizem que quando se está morrendo de insolação, a mente produz imagens de conforto.
E ele estava, agora, na sua frente.
E era um lindo delírio.
Começara um novo drama. Mas...que drama seria aquele? Ja vivera milhares e todos lhe diziam respeito. Que inferno novo começaria com tudo aquilo?
Sentiu raiva e a raiva aliara-se ao sol pra queimá-la.
Partes dela explodiam...
Dez anos...dez anos longe dele, dez anos sabendo que ele tinha sido o responsável pelo fim de seu sonho e o começo do pesadelo, que começava com um casamento sem amor e um alguém que a mantinha presa.
E aquela praia deserta era sua prisão. E os telefones nao funcionavam e estava distante de qualquer estrada. Tanta areia, mar, horizonte, inspirando liberdade, em sua cadeia particular.
Dez anos confinada em uma cela de liberdade.
E ainda amava aquele sorriso odioso.
Fechou os olhos com força.
Quando os abrisse, ele despareceria.
Em seu lugar surgiriam manchas escuras de quem queima o olhar no sol.
Tinha certeza.
- Melina, nao precisa fingir que está feliz em me ver. Mas poderia, por favor, esboçar alguma reação que me viu e cobrir esse corpo tentador?
Ele sorria. Ela nao via, seus olhos continuavam fechados mas ela sabia que ele sorria.
Lágrimas.
Dessa vez, tinha certeza: o gosto era de lágrimas.
Ou seria.
A canga fina embaixo de seu corpo deitado, nao ajudavam-na a separar a quentura do corpo do fervor da areia. Uns minutos a mais, insolação nao tardaria. Esperaria...
Olhos fechados, pingos indinstintos pelo corpo, pelo rosto. Um maior chegando à boca com um gosto salgado de lágrima ou suor, mas nao saberia dizer, ao certo, qual deles.
Sabia que queimava. E era como se queimando pudesse também incendiar todo o seu interior. Era como se o gelo por dentro, a frieza de mulher ressentida, evaporasse.
Evaporavam partes dela...
A praia era deserta mas sentiu uma presença. Dizem que quando se está morrendo de insolação, a mente produz imagens de conforto.
E ele estava, agora, na sua frente.
E era um lindo delírio.
Começara um novo drama. Mas...que drama seria aquele? Ja vivera milhares e todos lhe diziam respeito. Que inferno novo começaria com tudo aquilo?
Sentiu raiva e a raiva aliara-se ao sol pra queimá-la.
Partes dela explodiam...
Dez anos...dez anos longe dele, dez anos sabendo que ele tinha sido o responsável pelo fim de seu sonho e o começo do pesadelo, que começava com um casamento sem amor e um alguém que a mantinha presa.
E aquela praia deserta era sua prisão. E os telefones nao funcionavam e estava distante de qualquer estrada. Tanta areia, mar, horizonte, inspirando liberdade, em sua cadeia particular.
Dez anos confinada em uma cela de liberdade.
E ainda amava aquele sorriso odioso.
Fechou os olhos com força.
Quando os abrisse, ele despareceria.
Em seu lugar surgiriam manchas escuras de quem queima o olhar no sol.
Tinha certeza.
- Melina, nao precisa fingir que está feliz em me ver. Mas poderia, por favor, esboçar alguma reação que me viu e cobrir esse corpo tentador?
Ele sorria. Ela nao via, seus olhos continuavam fechados mas ela sabia que ele sorria.
Lágrimas.
Dessa vez, tinha certeza: o gosto era de lágrimas.
Ou seria.
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