Quando eu quase morri com 16 anos, achei que estava destinada a uma história trágica.
O tempo passou e as coisas que se desenhavam ao meu redor eram, por vezes difíceis, mas quase sempre superáveis e a maioria das vezes bem bonitas. Sempre me achei com mais sorte do que merecedora das coisas boas que aconteceram comigo e, uau, não paro de me surpreender quando o caminho é florido. É que esse frio na barriga, essa quase visita da morte que por muito pouco me deixou por aqui, me acompanha sem cansaço. Fresta os cantos escuros de minha mente e me faz aproveitar menos os dias de sol do que eu realmente gostaria. Um amigo viciado em signos me dizia que é essa minha ascendência escorpiana que me atrai pro que é profundo, misterioso e transcendental e embora eu visitasse e sonhasse com caminhos nebulosos, é o meu lado terreno e o bom signo de touro que me guia pelas estradas que eu trilhei e trilharei. Mais uma vez, conto com a minha sorte pra me salvar(?) de mim mesma ou daquilo que me sinto continuamente destinada.
Veja (coloco na pessoa do singular pq duvido que muitas pessoas além de mim lerão esse texto), é que tenho tido madrugadas inteiras e insones pra pensar demais e permitir que esse tempo assombroso invada meus sentimentos de alegria.
E apenas para me fazer entender pelos personagens que clareiam os meus dias, eu não quero mais e nem nada além do que possuo. Não, não, não. Vocês são a vida me sorrindo e me impedindo de cair. As plantas, a água, o ar, meu ar. Esse texto não nasce da falta, nasce do excesso. Excesso de vontade de renovação, de encerrar um ciclo frequente de sombras. Nasce da vontade de respirar tranquila o cheiro de grama, de acordar e dormir aguardando bons sonhos, de refletir os sorrisos que me brindam e de aceitar com serenidade os meus dias de sol.
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