É uma rosa, apenas uma rosa, mais uma rosa, mas também a rosa, a única rosa.
Ela não estará ali, no campo, no roseiral adiante, no meio das outras rosas do jardim.
Também não se esconde, não se diferencia, mas os olhos que a enxergam sempre notarão nela seus tons especiais.
Desse jeito assim, é preciosa, singular, a rosa.
Tornamo-nos amigos, cuidamos um do outro, um espinho me feriu, preferi me retirar: tive medo de ser ferido de novo.
Viajei, estou na Terra, um aviador me desenhou uma caixa, guardei nela um carneiro, tenho uma velha preocupação: os baobás do meu planeta precisam ser podados e eu sinto muito. Não quero vê-los cortados, exterminados, dominados, mas não podá-los significa pôr tudo em risco.
Ainda aqui, conheci uma raposa e dialoguei com uma serpente. A raposa me trouxe sabedoria, verdades e saudades. Pediu que a cativasse, mas foi ela quem me cativou. Disse que queria ver meus cabelos refletidos nos campos de trigo e eu achei lindo. Me apaixonei. Com poesia, também me fez perceber que não encontraria a minha rosa no meio de outras rosas, por mais semelhantes que pudessem parecer. Já a serpente me rodeou com ameaças de morte. Cruéis verdades. Chorei o inevitável, consegui não morrer, decidi voltar.
Voltei, sim. Voltei. De fato, não morri. Apenas voltei. Havia outros planetas, havia um universo, estrelas lindas que queria visitar, raposas sábias pra conhecer e por quem me apaixonar, o infinito a ser destino. Voltei. Estou a caminho! Terra, chão, um cheiro de grama conhecido e a rosa.
Que linda.
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