(Aproveitando o ensejo, um texto sobre desejo).
Subitamente, emergi do oceano. Nem saberia te dizer onde estive, já que nem eu sei.
Respirei profundamente - como se sempre tivesse me faltado ar - te vi.
Dirigi-me lentamente em tua direção, as roupas molhadas pesando, me impedindo os longos passos.
Na ausência de ondas, o mar inteiro prometia tranquilidade e calma, mas você não. Você não.
Capturei teu lindo e doce olhar em dúvida se vagueava pelo meu corpo ou pelo meu rosto. Capturei tua encantadora e generosa alma, questionando se eu sentia frio. Capturei tuas mãos, antes que tocassem as minhas.
Passei a caminhar os passos que nos aproximavam e deixar pegadas profundas na areia. Havia a praia, o silêncio e a liberdade que existe em não precisar romper o silêncio.
....