Fora um longo caminho até a clareira.
Um longo caminho em que tomou, ousadamente, as curvas e retas que sempre temeu.
Enxergou nada quando não havia nada pra enxergar e tudo, quando deveria ver tudo; arranhou-se em cada galho pontiagudo, sangrou com os cortes no corpo, na alma, cauterizou com o fogo à direita, mergulhou em lagos desconhecidos à esquerda, quase congelou de frio.
Descobriu que algumas águas a acalmavam, por mais que suas profundezas a assustassem de início.
Desafogada, curou-se em lagos profundos.
E perdeu-se, encontrou-se, continuou.
Sentia-se diferente do que foi, aliás, entre espinhos e rosas, seguia o caminho.
O caminho necessário para se transformar em mulher.
A mulher que sempre quisera ser.
A mulher que encontrava agora na clareira.
E ela ansiava por conhecê-la.
Nenhum comentário:
Postar um comentário