terça-feira, 10 de julho de 2007

Medidas desesperadas diante de um jejum sexual.

Letícia tinha duas opões: ou cruzaria as pernas sedutoramente, ou tentaria impressioná-lo com seus conhecimentos culturais.
Acontece que, diante da urgência de suas necessidades - 4 meses de trabalho ininterrupto em que mal tivera tempo de alimentar-se - seu vigente estado de jejum de "homo erectus", apelaria para a primeira opção, mesmo sabendo que passaria tao somente de uma ou duas boas (ou nao) noites de sexo, com o rapaz. Mas, pq nao? Desejava ela mais do que isso?

Cruzou.
Viu seu olhar descer até suas coxas e demorar-se por lá.
Falou do avanço da China.
Nao adiantava mais.
Havia cruzado as pernas.
Nada mais desviaria o pensamento daquele homem.
Seria sexo. Ardente, talvez... torcia, pelo menos.
Mas nao coversariam sobre economia global ou comentariam sobre o novo artigo da "Business".

Agora ela começaria a dar as cartas. Conhecia o jogo.

-Entao vc, nunca vem por aqui?- tocou-o no braço.
Subitamente ele a olha.

Desejo.
- Como disse?

Estava feito. Seria uma bela noite. 4 meses de trabalho initerrupto, uma bela noite, sexo ocasional, nada de romances.

Se o desejo veio na frente, nada de romances, certo?
Era assim que eles pensavam, nao?
Imaginaria ele que, era uma workaholic e uma empresária de sucesso?
Se ela nao tivesse cruzado as pernas, talvez...
Poderia ter citado algum comentário besta, sobre um filme novo, um romance água com açúcar, algum detalhe sobre um artista famoso... isso a colocaria no mundo cor de rosa que ele imaginava que uma mulher deveria estar. Isso o faria rir.

Seu conhecimento de mercado externo, de moeda internacional e de economia mercantil, nao era feminino. O espantaria.

Foi quando resolveu colocar a mão dele em seu colo.

-Nada, nada. Você é tão fofo.

Ele sorriu.
Como ela previra.

Um comentário:

Aluísio disse...

gostei de Letícia =)