Há dois meses saíra da casa em que vivia com o ex namorado, pedira as contas no emprego que não assinava sua carteira e decidira voltar pra casa da mãe.
Zerar e recomeçar. Um novo tempo melhor, que fosse.
Quão grande nao foi sua surpresa quando tocou a compainha e , em vez de sua irmã caçula recebê-la, como era de costume, um loiro nórdico de quase 2 metros de altura, abriu a porta.
Pronunciou algo ininteligivél, enquanto ela o olhava paralisada, sem saber que tipo de atitude tomar.
Foi quando ouviu uma voz conhecida:
-Karl? Quem é?
Karl que, pelo visto, entendia português mas na sabia falá-lo bem, pronunciou algo que pareceu fazer sentido pra sua mãe.
-Luísa, que faz aqui?
-Mãe, quem é esse???
-Entra, entra.
E assim ficou conhecendo a história de Karl. O motivo daquele homem de quase 2 metros (ou mais), estar morando em sua casa e habitando o quarto cor de rosa de sua irmã caçula, foi um intercâmbio pra Alemanha que sua irmã inventara. Mais uma das maluquices de uma mente verde, de 15 anos.
- E vc vai ter que ficar com ele? Por quanto tempo, mãe? Quero voltar a morar aqui em casa, eu e o Tiago demos um tempo. Também pedi um tempo do trabalho... Ainda tem lugar pra mim, ou algum chinês está morando no meu quarto?
Ouviu um som escandaloso. Olhou pro lado espantada e viu: o alemão estava as gargalhadas. A medida que sorria, ficava mais vermelho. Nunca imaginara uma cena daquela.
- Karl é divertido, filha. Sabe, ele entende português, mas tem dificuldade de pronunciar bem as palavras. As vezes eu entendo, a maioria das vezes, finjo que entendi. Mas, tem sido uma boa companhia.
Karl viera pro Brasil e não tinha 15 anos. Tinha pelo menos un 30. Viera pesquisar algo relacionado a prática da medicina em países subdesenvolvidos. Nao sabia ao certo o que fazia na Alemanha. Médico ou pesquisador, era bem esquisito ter um sujeito daqueles em sua casa. Seria uma experiência estranha, sabia.
Com o tempo, acostumara-se com a presença quase ausente de Karl. Ele passava todo o dia na rua e voltava, aproximadamente, às 20h. Estava elaborando um Portfolio diferente para apresentar em algumas firmas de publicidade, quando ele sentara do seu lado.
Falou algo como "azul", que pedira pra repetir umas 5 vezes. Até que percebeu que ele estava tentando ajudá-la a harmonizar as cores de seu trabalho.
Usou o azul de Karl.
E o trabalho ficou ótimo.
Toda noite, assistiam um programa de Tv, que passava em um canal pago. Um programa de auditório, idiota, espanhol, de cunho comedioso. Sua mãe se retirava mais cedo e ficavam os dois, lado a lado, assistindo o programa, calados. No começo, se espantava com as gargalhadas do alemão, chegara até a ficar incomodada. Mas agora, já tinha se acostumado ao som e sorria pra ele de volta.
-Olhos bo-ni-tos.
-Rãn?
-Azuis.
-Minhas olhos? Suas que são lindas.
Sorrira pra Karl. Ele achava suas alguma-coisa lindas. Fazia tempo que nao recebia um elogio de alguém.
Uma noite, trocava de roupa. Eram 18h e nao tivera o cuidado de fechar a porta do quarto. O alemão voltava às 20h, pontualmente, todos os dias. Mas, quando abotoava o sutiã pra colocá-lo, sentiu uma presença e olhou pra porta. Os olhos azuis a encaravam. Mas logo saíram de cena. O alemão resolveu ter vergonha do seu voyerismo e se trancou no quarto.
Desse dia em diante, poucas vezes via o alemão. Ele chegava às 20h e se trancava no quarto. Nao jantava com ela e a mãe e nem descia mais, pra assistir o programa de tv.
Pensou em falar com ele, mas resolveu que as palavras complicariam ainda mas tudo aquilo. Sentia falta do som de seu sorriso, é o que sabia.
Pensaria se faria uma visita ao quarto de sua irmã, naquela noite.
Zerar e recomeçar. Um novo tempo melhor, que fosse.
Quão grande nao foi sua surpresa quando tocou a compainha e , em vez de sua irmã caçula recebê-la, como era de costume, um loiro nórdico de quase 2 metros de altura, abriu a porta.
Pronunciou algo ininteligivél, enquanto ela o olhava paralisada, sem saber que tipo de atitude tomar.
Foi quando ouviu uma voz conhecida:
-Karl? Quem é?
Karl que, pelo visto, entendia português mas na sabia falá-lo bem, pronunciou algo que pareceu fazer sentido pra sua mãe.
-Luísa, que faz aqui?
-Mãe, quem é esse???
-Entra, entra.
E assim ficou conhecendo a história de Karl. O motivo daquele homem de quase 2 metros (ou mais), estar morando em sua casa e habitando o quarto cor de rosa de sua irmã caçula, foi um intercâmbio pra Alemanha que sua irmã inventara. Mais uma das maluquices de uma mente verde, de 15 anos.
- E vc vai ter que ficar com ele? Por quanto tempo, mãe? Quero voltar a morar aqui em casa, eu e o Tiago demos um tempo. Também pedi um tempo do trabalho... Ainda tem lugar pra mim, ou algum chinês está morando no meu quarto?
Ouviu um som escandaloso. Olhou pro lado espantada e viu: o alemão estava as gargalhadas. A medida que sorria, ficava mais vermelho. Nunca imaginara uma cena daquela.
- Karl é divertido, filha. Sabe, ele entende português, mas tem dificuldade de pronunciar bem as palavras. As vezes eu entendo, a maioria das vezes, finjo que entendi. Mas, tem sido uma boa companhia.
Karl viera pro Brasil e não tinha 15 anos. Tinha pelo menos un 30. Viera pesquisar algo relacionado a prática da medicina em países subdesenvolvidos. Nao sabia ao certo o que fazia na Alemanha. Médico ou pesquisador, era bem esquisito ter um sujeito daqueles em sua casa. Seria uma experiência estranha, sabia.
Com o tempo, acostumara-se com a presença quase ausente de Karl. Ele passava todo o dia na rua e voltava, aproximadamente, às 20h. Estava elaborando um Portfolio diferente para apresentar em algumas firmas de publicidade, quando ele sentara do seu lado.
Falou algo como "azul", que pedira pra repetir umas 5 vezes. Até que percebeu que ele estava tentando ajudá-la a harmonizar as cores de seu trabalho.
Usou o azul de Karl.
E o trabalho ficou ótimo.
Toda noite, assistiam um programa de Tv, que passava em um canal pago. Um programa de auditório, idiota, espanhol, de cunho comedioso. Sua mãe se retirava mais cedo e ficavam os dois, lado a lado, assistindo o programa, calados. No começo, se espantava com as gargalhadas do alemão, chegara até a ficar incomodada. Mas agora, já tinha se acostumado ao som e sorria pra ele de volta.
-Olhos bo-ni-tos.
-Rãn?
-Azuis.
-Minhas olhos? Suas que são lindas.
Sorrira pra Karl. Ele achava suas alguma-coisa lindas. Fazia tempo que nao recebia um elogio de alguém.
Uma noite, trocava de roupa. Eram 18h e nao tivera o cuidado de fechar a porta do quarto. O alemão voltava às 20h, pontualmente, todos os dias. Mas, quando abotoava o sutiã pra colocá-lo, sentiu uma presença e olhou pra porta. Os olhos azuis a encaravam. Mas logo saíram de cena. O alemão resolveu ter vergonha do seu voyerismo e se trancou no quarto.
Desse dia em diante, poucas vezes via o alemão. Ele chegava às 20h e se trancava no quarto. Nao jantava com ela e a mãe e nem descia mais, pra assistir o programa de tv.
Pensou em falar com ele, mas resolveu que as palavras complicariam ainda mas tudo aquilo. Sentia falta do som de seu sorriso, é o que sabia.
Pensaria se faria uma visita ao quarto de sua irmã, naquela noite.
4 comentários:
medo, muito medo de você e de sua mente, dona pê. mas ao mesmo tempo admirado pacas. continue com o bom trabalho.
Paulinha...
Coragem é fundamental.Sem coragem a gente não vive... E não é nada.
Lindo(os)!
Escreveremos muito ainda nossas cartas... Muitos serão os livros que falarão sobre nós. (por que eu tenho tanta certeza disso?)(estarei louca?)
Acho que é aquele no nosso mapa.
O vermelho.
Bjus, querida.
=**********
to be continued?
Aguardando ansiosamente pelas "cenas" do próximo capítulo.
Luxúria! Luxúria!
Lucas S.
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