É que a tendência era a separação. Segregar partes dele e dela, como se nunca tivessem sido uma. E se é que foram uma, apagar cada lembrança em que não tivessem vivido separados.
Luíza amarrava o coque alto na cabeça, cantando algo simples, deixando a melodia se espalhar pelo ar. Seu canto não era triste e nem sua voz bela, mas havia algo, existia algo nele que gelava os corações de quem ouvisse.
Aquele famoso susto, frio no pé do estômago, tremedeira na base das pernas, algo impressionável, como paixão ou fruta madura. Algo pronto pra ser colocado pra dentro, pra sentir gosto melhor do que qualquer outro e lambuzar os lábios, deixando cair um pouco do açúcar, o doce do que se devora, engolindo todo o resto.
Macaco era seu apelido e ele fingia que não tinha nada a ver com aparência. Imaginava que era flexível e essa flexibilidade o fazia alcançar os galhos mais longíquos e pendurar-se e balançar-se e brincar em cima de árvores enormes e pular pra edifícios e torres.
Sonhava que pulava da ladeira mais alta e dançava no ar. Como o melhor trapezista agarria em algo firme e encerraria sua apresentação com uma manobra final. Alguma que parecesse mágica, que faria com que gritassem o seu nome, imaginando que morreria e no próximo instante gargalhassem de felicidade por encontrá-lo vivo.
Retirou do apelido mais comum o seu personagem circense. E nunca teria a ver com sua aparência, desde que não pensasse assim e continuasse subindo em galhos imaginários, os mais altos, das maiores árvores.
E Macaco e Luíza existiam a parte, porque escolheram assim. Ele não queria um som melancólico acompanhando sua manobra brilhante. Ela não precisava cantar pra algo ou alguém.
Deixavam correr soltos seus corpos e vozes e voavam, cada um a sua maneira, mesmo que um dia tivessem dado seus melhores vôos juntos.
É que tentavam buscar sua própria felicidade cada um, já que não havia sentido em procurá-la juntos.
Não mais.
(É que a tendência era a separação. Segregar partes dele e dela, como se nunca tivessem sido uma. E se é que foram uma, apagar cada lembrança em que não tivessem vivido separados.)
Luíza amarrava o coque alto na cabeça, cantando algo simples, deixando a melodia se espalhar pelo ar. Seu canto não era triste e nem sua voz bela, mas havia algo, existia algo nele que gelava os corações de quem ouvisse.
Aquele famoso susto, frio no pé do estômago, tremedeira na base das pernas, algo impressionável, como paixão ou fruta madura. Algo pronto pra ser colocado pra dentro, pra sentir gosto melhor do que qualquer outro e lambuzar os lábios, deixando cair um pouco do açúcar, o doce do que se devora, engolindo todo o resto.
Macaco era seu apelido e ele fingia que não tinha nada a ver com aparência. Imaginava que era flexível e essa flexibilidade o fazia alcançar os galhos mais longíquos e pendurar-se e balançar-se e brincar em cima de árvores enormes e pular pra edifícios e torres.
Sonhava que pulava da ladeira mais alta e dançava no ar. Como o melhor trapezista agarria em algo firme e encerraria sua apresentação com uma manobra final. Alguma que parecesse mágica, que faria com que gritassem o seu nome, imaginando que morreria e no próximo instante gargalhassem de felicidade por encontrá-lo vivo.
Retirou do apelido mais comum o seu personagem circense. E nunca teria a ver com sua aparência, desde que não pensasse assim e continuasse subindo em galhos imaginários, os mais altos, das maiores árvores.
E Macaco e Luíza existiam a parte, porque escolheram assim. Ele não queria um som melancólico acompanhando sua manobra brilhante. Ela não precisava cantar pra algo ou alguém.
Deixavam correr soltos seus corpos e vozes e voavam, cada um a sua maneira, mesmo que um dia tivessem dado seus melhores vôos juntos.
É que tentavam buscar sua própria felicidade cada um, já que não havia sentido em procurá-la juntos.
Não mais.
(É que a tendência era a separação. Segregar partes dele e dela, como se nunca tivessem sido uma. E se é que foram uma, apagar cada lembrança em que não tivessem vivido separados.)
Um comentário:
Olá, obrigado pelo comentário no meu blog. Por sinal gostei das suas considerações. :)
Eu não ganhei o cd cantando não, sou um pouco tímido para essas coisas.
Vc foi pro coquetel?
Me diz um negócio... como vc chegou até o meu blog? Fiquei curioso.
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