E enquanto o tempo passasse, cada pedra continuaria no mesmo lugar.
...
Até que alguém chegasse e mudasse a ordem das coisas...
Nowhere City.
Janeiro, fim dos tempos.
O mágico da casa 23 está doente e a cidade anda triste. Parece que não nos acostumamos mais a dormir sem o seu truque das estrelas... Faíscas douradas subindo ao céu e ponteando cada espaço vazio. Faz três dias que dormimos sem estrelas e, pra ser sincera, mal conseguimos dormir.
Existe uma agonia silenciosa. Um medo de deixar de ser príncipe e voltar a ser sapo.
Nowhere City.
Janeiro, fim dos tempos.
O mágico da casa 23 está doente e a cidade anda triste. Parece que não nos acostumamos mais a dormir sem o seu truque das estrelas... Faíscas douradas subindo ao céu e ponteando cada espaço vazio. Faz três dias que dormimos sem estrelas e, pra ser sincera, mal conseguimos dormir.
Existe uma agonia silenciosa. Um medo de deixar de ser príncipe e voltar a ser sapo.
Acontece que cada habitante se acostumou a acordar sabendo que um milagre encerraria o dia. E daí em diante a idéia de um céu sem estrelas, tornou-se inaceitável. De cada cartola esperaria-se um coelho. E sempre seria assim.
Dizem que suas faíscas não passam de truques bem feitos, de quem muito estudou pra dominar a arte de iludir e despertar incertezas e que sobreviveremos sem isso.
E eu só consigo pensar no dia em que ele chegou: eu, menina, soltei da mão de alguém e corri pra receber o viajante. Toquei sua capa longa e esperei ser carregada. Sentia que suas mãos eram mágicas e me fariam sentir melhor. E ele me carregou e me mandou tocar o céu. E eu fechei os olhos e achei tão possível que o senti na ponta dos meus dedos e ao alcance de minhas mãos. Por isso choro pelo mágico e torço pra que ele não carregue sua maleta de sonhos pra longe de mim.
E não me importo que seja truque.
Dizem que suas faíscas não passam de truques bem feitos, de quem muito estudou pra dominar a arte de iludir e despertar incertezas e que sobreviveremos sem isso.
E eu só consigo pensar no dia em que ele chegou: eu, menina, soltei da mão de alguém e corri pra receber o viajante. Toquei sua capa longa e esperei ser carregada. Sentia que suas mãos eram mágicas e me fariam sentir melhor. E ele me carregou e me mandou tocar o céu. E eu fechei os olhos e achei tão possível que o senti na ponta dos meus dedos e ao alcance de minhas mãos. Por isso choro pelo mágico e torço pra que ele não carregue sua maleta de sonhos pra longe de mim.
E não me importo que seja truque.
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