Estamos pegando a estrada, enquanto toca baixinho um blues de Janis Joplin.
Nossa filha dorme e, como tudo que ela faz tem minha torcida incondicional, fico aqui desejando pra ela os melhores sonhos.
Da praia pro campo, das férias pro lar. Estamos vivenciando um período estranho onde também é estranho abraçar quem amamos e o normal é passar longos períodos sem os ver.
Sinto algo aqui, como um anúncio de uma alvorada, mas é essa pssagem de ano que inflama um pouquinho a chama fraca da esperança.
Tenho muito medo de que continuemos passando ainda muito tempo assim. É cansativo demais gastar tanta energia na ponderaçao de decisoes que deveriam ser simples. Nos conflitos que nem deveriam surgir. Damn...
Quilometros de estrada pela frente separam a família que nos criou da família que criamos. Fico aqui pensando que é gostoso inaginar que já já estaremos em casa e vou poder “tocar” o meu presente de natal depois que colocar nossa filhinha no berço. E talvez até acompanhar o meu marido percussivo. E também vou adorar ver nossa filha revendo o cantinho dela com o temperozinho da saudade. E assistir alguma série ou filme com a companhia que mais me acompanha em tudo. Ou ainda ler os livros que deixamos reservados no criado mudo para depois. Queria apenas ter podido abraçar sem culpa quem deixei distante. Na verdade, to acumulando esses abraços que eu queria dá. Isso tiraria todo o peso que eu preciso pra viver de novo em paz. Tenho sufocado de vontade.
Mas fiquemos aqui, no momento. O sol está lindo e o dia agradável. A vontade é de abraços nao dados, mas também é de lar e de recomeço. 2021 chegou agora. E na minha história, os anos ímpares, mesmo sendo os mais desafidores, sempre foram também os das melhores mudanças. Que venha e que seja.
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