Nunca gostou de receber flores, mas quando ele chegou, sorrindo enormemente, com aquele buquê (?) de margaridas bagunçado - provavelmente feito com flores roubadas de algum jardim - sorriu de volta ao abrir a porta.
Dessa vez, antes de entrar na casa, ele depositou os sapatos no tapete do hall de entrada e pareceu mais confortável que na última visita e ela, estranhamente, também.
Não quis pensar muito sobre o assunto (e nem que as meias dele eram quadriculadas) e mostrou o sofá para que ele sentasse, enquanto saiu a procurar alguma coisa parecida com um vaso pela casa. Sem encontrar o que queria, pegou apenas uma parte das florezinhas e depositou no copo já com água que estava na cozinha.
A surpresa maior ao voltar pra sala com aquele copo de florzinhas na mão, não foi encontrá-lo mexendo, olhando, averiguando sua coleção de livros e CDs.
Foi gostar disso.
Sabia que ele escolheria o disco e o livro certo e gostava disso.
Depositou o copo com as pequenas e feias margaridas na mesa do centro. Achou lindo.
(Parece que o nome disso é conforto, mas também chamam de amor).
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