terça-feira, 22 de abril de 2025
Sobre esquinas e blues
domingo, 9 de julho de 2023
Quando a maré tá alta em Recife, há um perigo escondido em cada esquina iniciado com a primeira gota que cai do céu.
Um perigo que raramente atinge altas torres, bairros privilegiados, pessoas de sorte (?) que podem enclausurar-se e esperar que o tempo melhore, os que, do alto, consultam previsão do tempo para fazer programação.
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domingo, 3 de abril de 2022
Gratidão à Lygia
“Me leia enquanto estou quente”.
Não deixe solitárias minhas linhas incendiárias.
Não abandone o meu texto nos momentos de combustão.
Por favor, permita-me as alterações de alguns sentidos enquanto escrevo.
Aceite o vulcão, aceite a explosão, aceite-me inflamada.
Abranda, afaga, com olhos afetuosos as frases incivilizadas.
Compreende, sim, entende-me insolente, impertinente, deselegante, pouco educada.
Mulher.
Humana.
Ama também e benevolente cada palavra inconsequente, descontrolada.
Permite licença ao meu ardor, à minha paixão, à vontade de existir associada à confusão da existência.
(Ao escrever, sinto as emoções transformando-se em palavras, lanço perguntas, formulo respostas, novos questionamentos, toco minha alma em pontos delicados, me conheço, me desconheço, faço planos, desfaço, sem pretensões, mas esperançosamente, espero tocar sentimentos
além dos meus, imagino leitores, espero que gostem, embora duvido que entendam).
Me acompanha, me folheia, até o fim do texto,
não precisa adorá-lo, nem compreende-lo, nem minimamente gostar do que escrevo,
mas, por favor, “me leia enquanto estou quente”.
(Humilde homenagem a Lygia Fagundes Telles)
terça-feira, 1 de março de 2022
Oceano
Peixes.
Nadando por aí, distraídos, sonhadores, mergulhando na profundeza e na profundidade sem receio.
Peixes me encantam, multicoloridos são o que são: lindos. Pequenos viajantes. Encantantes. Tenho uma predileção especial por peixes. Singelos, sinceros, correndo sempre perigo inconsequentemente, mas indo, sempre em frente. É que sonham demais, percorrem demais. Corações, mentes. Ah, que bom de ver, viver, reviver. Tão, tão, tão doce. Nesse mundo assim, parece injusto, parece deslocado, transcendental. Deixo livre, nadar livre, vai, vai. Sem volta (?). Tão bom de ver chegar, tão lindo e triste de ver partir. Difícil entender, impossível não doer. Mas vai. O mundo é pequeno, um oceano é pouco. Pode ir. Peixes.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022
Nesta data querida
Vou te dá um presente, um bolo saboroso, um abraço apertado e uma cartinha de amor. Talvez um pacote de bombons recheados, uma pizza no sabor que tu gosta, uma receita boa feita por mim e um brinde, acompanhando bebidas que deveriam estar estupidamente geladas ou saborosamente quentes, como devem ser; um brinde (!) , um sorriso que transmite tudo e mais um pouco; um brinde(!), meu amor e todos os sentimentos; um brinde(!) no meio da chuva ou do sol com trovão; um brinde(!), pra te saudar e adorar, amor. Surpresa?
Acho que não.
sábado, 28 de agosto de 2021
sexta-feira, 6 de agosto de 2021
Tá tudo bem
Tá tudo bem, tá tudo bem, tá tudo bem...
Esse é o nosso jeito de fazer as coisas, a gente apara as arestas, ajusta, monta, desmonta, de um jeito, de outro, tá tudo bem... É apenas uma mudança, de novo, é apenas um novo jeito de viver que parece melhor mas que a gente não conhece e sim, dá frio, dá nó, dá aperto e calafrio, mas a gente vai junto, então tá tudo bem...
Você diz que fui eu quem escolhi e apontei a nova forma e quis mais do que você, mas sei lá, me sinto um espelho, reflexo quase perfeito do que tu sentes, eu sei tuas próximas palavras e teus mais íntimos desejos, a frase que sai, a frase que cala, eu te conheço e sei que você também não está conseguindo dormir bem essa noite, o sono não vem, a ansiedade é maior mas tá tudo bem e pro bem.
Sinto como uma continuação diferente, mas tá tudo bem sentir esse aperto, as mudanças, reviravoltas, furacões, estremecem, bagunçam, tiram um pouco as coisas do lugar, mas fica tudo bem, eu sei, pq a base é forte e não cai, amor, nem mexe e eu sei que você também sabe, apesar do sono não chegar mesmo com o cansaço, eu sei que você sabe melhor do que ninguém.
Tá tudo bem. Com o que vai e com o que vem pela frente, com esse novo ciclo repentino, que seja bem vindo e querido. As plantas são minhas e os espaços vazios serão preenchidos, te prometo amor, mais quadros, de novo. E o amor de sempre. Com cor, em trio. Tu sabe, amor, tá tudo bem.