terça-feira, 29 de abril de 2008

Sobre o livro mais vendido

Li, faz pouco tempo.
Lendo, descobri que nunca soube escrever.
Eram linhas que eu sempre sonhei em traçar em versos que combinavam e deixavam cada pedaço de quem lesse saciado.
E eu sorri com cada cena que ele descreveu.
Soube falar de vidas que se perderam, como ninguém.
Descreveu as cores da morte e o outro lado da guerra.
Falou de cada uma das milhares de almas jogadas no colo da morte, numa epoca em que o proprio homem determinou que seria a mais triste das historias.
Descreveu sobre os artistas que deixaram cair acordeões, quando bombas chegavam sem aviso.
E sobre vestidos e paletós despedaçados.
Homens e mulheres em farrapos.
Vestidos pra morrer.

Sobre escolher quem vive e apontar quem morre.
E sobre o sufoco em chuveiros de gás.

Sobre meninos que choraram a morte de pais.
E pais que acompanharam seus filhos em escaladas para o céu.
E o céu que tanto abraçou os que o macharam de sangue.
E o vermelho que pintou aqueles dias...

Nunca conseguiria falar sobre guerra com poesia.
Nunca conseguirei suavizar a dor em versos que abrandem as almas dos que ficaram.
Mas agradeço que alguem consiga e saiba transformar tantas lágrimas em livro.
Fico feliz por isso.

Leiam: A menina que roubava livros.

domingo, 13 de abril de 2008

Mesmo chovendo e relampejando, hoje é o dia mais colorido do mundo.

sábado, 12 de abril de 2008

Onde estão as cores do dia?

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Palhaço

Só sei que dois arco-íris aparecerão no infinito
e mais cores pra todos os dias.

....

O palhaço tem uma missao, eu sei, você sabe. Todo mundo percebe ou já viu que é uma mistura de sorriso infantil e satisfaçao de adulto. Missao de chegar e fabricar gargalhadas. De colorir onde é esperado, de tirar o cinza do dia, de chacoalhar o corpo e entortar o rosto em posiçoes quase impossíveis. E da sua desolação cavar uma graça. De destruir os rostos sérios e com pinceladas desenhar risos largos. E de nunca deixar cair uma lágrima sequer.

Que não seja sua, obviamente.

Pq existe duas partes do dia e na outra parte do dia, ele nao brinca de palhaço.

Mas tenta ser palhaço, ateh quando é homem. Faz parte dele, é coisa dele. Sobre coloridos e risos, nao se esquece tão fácil assim. Não pinta sorriso, deixa existir. E faz malabarismo com a vida, jogando pra cima e pra baixo, pro lado e pro outro, pra frente e pra tras, nao deixando cair, nunca deixando cair. Brincando, fazendo graça, cavando sorrisos por onde passa. "Afasta, afasta o arrastao de tristeza, deixa a minha nobreza ser maior e minha alegria cada vez mais forte e que minha voz chegue no sol", canta alto, canta sempre, canta quando precisa cantar.
E vai existindo meio a meio, exatamente assim.

Pq é palhaço demais esse homem
E é homem demais esse palhaço.