terça-feira, 29 de junho de 2021

Talvez a lua apareça hoje

Estou aqui, com os pés apoiados na cama, mordendo o óculos de grau que guardo apenas pra esses momentos, aguardando. Fico aqui, esperando silente que algum pensamento valha a pena, embora sabia que mais uma vez irei dormir(?) com a sensaçao de que nenhum vale. Tenho quatro livros não concluídos do meu lado e um marido que aprendeu a dormir com a luz do abajur acesa quando não durmo. O cansaço bate e meu cabelo que esteve caindo sem parar faz cócegas no ombro. Tenho certeza que se eu sair pra varanda não vou ver a lua…

…mas vou tentar mesmo assim. 

sábado, 26 de junho de 2021

Estou colecionando os sorrisos que capturo no meu dia e queria muito mais ver o teu do que o meu repetidos descaradamente nessa coleção.  

Publicável

Estou anestesiada demais. Não sinto pelo menos metade dos sentimentos que deveria sentir. Ao menos o meu corpo deveria sentir algo, embalado hoje por um dia bom e pelo álcool, mas meus pés, até eles, se movimentam pesadamente, automaticamente, desconectadamente. Dois dias inteiros sem dormir e eu querendo mais o sonho do que o sono pra me recuperar. Então vem esse texto e talvez mais outro pela madrugada adentro, provavelmente impublicável. Guardo alguns textos pra mim. 

segunda-feira, 21 de junho de 2021

Becoming boring

Nossa, pensei que fosse gostar das velas.

Imaginei todo o  cenário, “chiaroscuro”, diversões com sombras na parede, aquele tom de romance, as marcas atraentes que essas sombras deixam em um rosto pouco iluminado, a aventura de viver o momento diferente, o beijo surpresa no ombro, quase como um susto, por ser ainda mais inesperado…

…mas me peguei torcendo pra que a aventura terminasse antes mesmo de começar.

E me peguei reclamando, passando essa noite sentido falta do que não me permiti.

E me peguei evocando memórias de mim que nem me parecem reais, mas que combinam muito com o que quero e descombinam muito com o que devo.

E eu só queria ter gostado das velas por amar todo o entorno dela. E principalmente quem as acendeu. 

Amanhã, quem sabe? 

segunda-feira, 14 de junho de 2021

Caminhando

Eu melhorei, sério, eu melhorei. Não como pretendia, fato. Continuo tendo esses delírios, sonhos acordada e vez ou outra vontade de sumir que se transforma em pânico de sumir de verdade. A corda no pescoço aperta... esses tempos me encaram de uma forma tão sombria, tão sombria que eu, que antes detestava escuro, me pego sentindo mais a vontade nele.... mas eu melhorei. Talvez muito pouco, mas o suficiente pra começar a enxergar minha sorte, embora continue me achando pouco merecedora dela. Ah, mas veja, eu tenho essa mistura não-legal de me amar muito em um minuto e me detestar no seguinte. Eu não superei isso, é tão enraizado que acho que não é adquirido, é realmente quem sou. Meio aqui e meio lá, um pouco de luz, um pouco de sombra, um dia sorrindo em piqueniques e no outro dia, me levantando pra escrever sozinha pela madrugada... mas eu melhorei. De verdade. Consigo enxergar o universo que habita os olhos dos que amo, a sorte de coexistir com eles e, mesmo quando a noite me parece escura demais, tenho procurado as estrelas... ou os vagalumes que imitam elas.