sábado, 28 de agosto de 2021
sexta-feira, 6 de agosto de 2021
Tá tudo bem
Tá tudo bem, tá tudo bem, tá tudo bem...
Esse é o nosso jeito de fazer as coisas, a gente apara as arestas, ajusta, monta, desmonta, de um jeito, de outro, tá tudo bem... É apenas uma mudança, de novo, é apenas um novo jeito de viver que parece melhor mas que a gente não conhece e sim, dá frio, dá nó, dá aperto e calafrio, mas a gente vai junto, então tá tudo bem...
Você diz que fui eu quem escolhi e apontei a nova forma e quis mais do que você, mas sei lá, me sinto um espelho, reflexo quase perfeito do que tu sentes, eu sei tuas próximas palavras e teus mais íntimos desejos, a frase que sai, a frase que cala, eu te conheço e sei que você também não está conseguindo dormir bem essa noite, o sono não vem, a ansiedade é maior mas tá tudo bem e pro bem.
Sinto como uma continuação diferente, mas tá tudo bem sentir esse aperto, as mudanças, reviravoltas, furacões, estremecem, bagunçam, tiram um pouco as coisas do lugar, mas fica tudo bem, eu sei, pq a base é forte e não cai, amor, nem mexe e eu sei que você também sabe, apesar do sono não chegar mesmo com o cansaço, eu sei que você sabe melhor do que ninguém.
Tá tudo bem. Com o que vai e com o que vem pela frente, com esse novo ciclo repentino, que seja bem vindo e querido. As plantas são minhas e os espaços vazios serão preenchidos, te prometo amor, mais quadros, de novo. E o amor de sempre. Com cor, em trio. Tu sabe, amor, tá tudo bem.
terça-feira, 3 de agosto de 2021
IX
Está chovendo muito, daquelas chuvas que caem fina mas molha tudo, sabe?
Fui até a janela pela terceira vez pra ver se realmente estava fechada e ainda assim, continua parecendo que a chuva cai dentro da casa.
Tremo de frio, é o finalzinho do inverno. Vivo sonhando com os dias quentes que virão e desejando sol sem nuvem nenhuma na frente.
Não penso em nada que não seja me esquentar e percebo que tenho que comprar mais tapetes. Ou me mudar, embora goste muito dessa casa.
Vou peregrinando por mil desses pensamentos inúteis, postergando os que realmente deveriam estar ali. As pontas dos meus dedos estão doendo enquanto escrevo esse texto. Mais partes do meu corpo doem e eu percebi que com a idade, as coisas exteriores tendem a doer mais, mesmo que as interiores passem a doer menos.
Estou quase desistindo desse texto, quando ouço uma música bem suave vindo da sala. Menos reflexiva e mais animada, começa a fechar o computador, lembrando que também chovia quando nos reencontramos. Na música que toca agora, eu não escuto a letra, mas sinto teu amor na melodia. É...você sempre sabe o jeito certo de me dizer que está por perto e que eu não estou sozinha.