quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Um fraco

Ela viveu aquela cena e nao conseguia enxergar a importância de outras que vieram e viriam.
Diminuiu todo o resto, desencantou-se com a alegria, brigou com a felicidade e pegou as maos do vazio.
Caminhava e nao sorria. Existia um certo tom de proibiçao em cada curvar de lábios e em cada momento bom que desfilava em seus dias.
Começou a discursar sobre o nada e atraiu até um certo público. Escureciam os cantos por onde passavam e largavam verbos soltos, desconexos, deixando que cada pessoa de cada canto formassem um pensamento inútil e se aliasse a tropa.

Ficou satisfeita pelo coro animado em suas vozes mais destrutivas de si.
Escreveu a música mais cantada dos tempos do fim do mundo.

...

Ela viveu aquela cena como se não fosse a última. Esperou a próxima e várias de dias que viriam e vieram.
Aumentou todas doses, alegrou-se com um samba antigo, dançou com os amigos e pegou na mão de quem amou.
Existia um certo tom de quem vivia, de quem carregava os dias de sorriso, de quem fazia desfilar o que quer que fosse bom.
Começou a deixar pensamentos soltos pelo ar, despreocupou-se, desocupou-se de ocupar-se de si. Atraiu um certo público suave, leve, cheio de saias soltas e pés descalços. E em cada canto que iam, cada lugar que passavam, alguém cantava algo que fazia dançar.

Ficou satisfeita pelas vozes que falavam que estava bem, fazendo coro do que sentia.
Viveu os melhores dias do tempo dela.
E foi.

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