sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Mãos

O homem massageia seu pescoço como um Deus!
Vai descendo pelas costas, seguindo um ritmo que ela jamais conhecera.
Aperta mais firme onde deve, deixa solto onde precisa, entendendo perfeitamente os leva-e-traz do seu corpo.
Uma parte mais tensa exigindo uma mão mais forte, enquanto uma outra puxa seus cabelos de leve.
Olha com tanta urgência pros seus olhos que ela sente medo. E mesmo assim, deixa a boca entreaberta, um convite mudo de quem se entrega.
E ela espera que ele a beije, mas acontece que ele a devora.

2 comentários:

Victor disse...

foi como eu te disse no sábado: esse é, de longe, o texto mais conceitual que você escreveu até agora.

r.sotero disse...

caramba ! achei esse muito bom mesmo !
O que eu acho massa nos teus textos ´q o lance de saber jogar com o surrealismo sem fugir da realidade. Captar outros climas,outras sensações e mostrar o quanto isso é palpável.
Foi o que senti lendo.

Fuderoso !
Abraço