segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Sobre bonecos e ruas

Sim, existe o colorido momentâneo e tudo aquilo que se vive - pensou. Apontou pro boneco de Olinda que aparecia pela janela de uma das tantas casas daquela rua em que caminhava a dois. "Olha, já viu?". Mostrava aquilo como se dissesse: "Isso sou eu, gostas?" E ao mesmo tempo em que queria que ele nao gostasse, permitiu-se deixar ser gostada por ele. Sim, as ruas de Olinda tem uma cor sem igual, ele dizia. "Nao saio mais daqui". E ela se calou pq nao sabia se queria que ele ficasse. Sim, existe o colorido momentâneo e tudo aquilo que se vive. Frases a invadiam e diziam: é hoje e somente hoje é o que é, vá. E ela decidiu ir e colorir-se mais uma vez. Pq vale a pena andar de mão dadas em ruas como essas e sorrir com as besteiras que se descobre a dois. E apesar das mãos estarem sendo tomadas e sua vida, mais uma vez, invadida: nao se sentia mais a vontade pra andar assim, junto. Queria sorrir, é fato. Queria abrir a janela e deixar o sol entrar, queria dividir a beleza que sentia em coisas simples. Queria admirar e respeitar o ato do outro, que dividia a água com a velhinha dançarina daquela rua. Gostou do sorriso, sorriu de volta. "A velhinha sempre estará ali, dançando e declarando amor apaixonado ao violeiro que canta na varanda daquela bodega!", ele dizia. "Mesmo que tudo mude ao seu redor", ela pensava. Mesmo que coloridos venham e vão, em novas cores. Mesmo que as cores antigas nao mais importem ou que seja melhor pensar assim. A velhinha continua dançando e as janelas estao abertas pra que vc mostre a alguém a beleza de um boneco, o encanto de um momento e viva a noite com alegria. E amanhã, um novo dia.

2 comentários:

thi disse...

e a velhinha contiuna lá com seus vestidos coloridos!

lindo esse blog. ganhou um fã.
=**

Paulo Trigueiro disse...

nada melhor que novas cores importarem. :) e um novo dia.