domingo, 6 de novembro de 2022

Chuva de primavera

Ainda chove na primavera.

Na Bahia, em Canhotinho.

Em Divinópolis, aqui.

Ainda chove na primavera.


Quando chove, guardo o óculos de sol e observo.

As cadeiras dos bares e mesas das calçadas fecham-se por um instante e aguardam.

Aguardam o tempo mudar.


Ainda chove na primavera e eu me recolho às vezes. 

Outras, deixo que os pequenos pingos ou as tempestades passageiras me molhem também.

Combina.

Combina com essa coisa meio termo.

Combina com o meio sorriso desse meio tempo que aguarda as flores que até ontem nem pareciam querer sair.


Ainda chove na primavera e aqui em casa a chuva ajuda a aguar as plantas nos dias em que esquecemos delas.

Um aviso pra não ficarmos totalmente distraídos dessas coisas que parecem apenas complementares, mas que são fundamentais.

Ainda chove na primavera e acabei de enxugar o quintal do jardim.

Pego as cadeiras de praia e distribuo onde o sol aparece tímido, mas aparece.

Ainda chove na primaveira e convido todos a sair de casa. 

Talvez exista um dia inteiro de Sol nessa primeira manhã de chuva. 

Ou mais chuva esperando pra sair.

Ainda chove na primavera e há tanto a esperar dessa inconstância do tempo.

Estações, transformações, ah! 

Ainda chove na primavera.


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