quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Tenha calma com tudo, menos com a cerveja no calor de Recife

Tenha calma, embora o verão tenha começado com chuva e trovão.

Tenha calma, há sempre de existir um lugar pra se proteger das tempestades.

Tenha calma com a proximidade das festas. E as ausências que serão choradas e sentidas quando brindarmos a elas.

Tenha calma com o licor, porque em sua doçura encontra-se um torpor inesperado.

E com o vinho não tenha calma. Com a cerveja no calor de Recife também não.

Tenha calma, tenha pausa. Respira pra continuar.

Tenha calma quando ouvires as risadas das crianças. Permite que revigorem energias esquecidas. Motivos pra sorrir tão simples que são assim, infantis.

Tenha calma quando abraçares do mais velho ao mais novo da família. Tenha calma no abraço. Em qualquer abraço. Memoriza, leva, carrega ele. Tatua. 

Tenha calma com a contagem pro final de ano, lembrando que ainda temos tempo pra ser feliz nesse.

Que felicidade se deseja, mas não se programa. Não tenha calma pra ser feliz. Não deixa pra amanhã.

Tenha calma com você, com o "auto-sentimento". Com as cobranças, as percepções rasas, as condições. Seja paciente com os próprios passos. Tenha calma pra percorrer e sentir cada parte do próprio caminho, pra enxergar as pequenas belezas que se escondem nele e permitir-se crescer durante e depois dos obstáculos.

Mas, repito: não tenha calma com a cerveja no calor de Recife. E nem com o vinho em qualquer estado ou tempo. Ou pra se permitir feliz. Nisso não tenha calma.

Nenhum comentário: