segunda-feira, 1 de abril de 2024

À vera (do exercício Marcilene - mais um - editar, melhorar)

Eu penso que estou dormindo, embora me sinta acordada, então fico menos hesitante quando te avisto no bar. 

Estou vestida com as minhas cores favoritas e hoje, troquei a sapatilha de sempre pelos sapatos de salto. Me sinto confiante. Me sinto confortável.

Teu rosto permanece obscuro, tuas expressões, estranhas, inusuais. Como um labirinto que sempre me perco, você me lança desafios que me entorpecem e eu tropeço nos meus próprios passos quando me dirijo ao teu encontro. Eu titubeio, eu me equilibro numa corda bamba.

Mergulhada no que já compartilhamos e ansiosa pelo que podemos compartilhar, mordo os lábios com doçura, nervosismo e pecado, sentindo os tons neons do ambiente cintilando em mim.

Você, molhando os lábios num copo de whisky, vista adiante, perdido em tempo e espaço inalcançáveis. Longe, distante, fora dali.

E eu, num voo solo ao teu encontro, presente, vivente, anormalmente ousada, penteio os cabelos com os dedos, jogo-os de lado, respiro, expiro, vivo o momento, ensaio o oi, a primeira fala, o primeiro sorriso, me preparo para o nada.

Me preparo para o tudo.


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