Comecei três textos, não terminei nenhum. Há boas frases em cada um, mas nenhuma profundidade. Como sempre, nas pausas, começo um parágrafo esperando que o seguinte me traga algo. Uma reflexão, uma lembrança, uma ideia minimamente digna de transformar-se em estória.
No entanto, como tantas outras vezes, vou pegando-me naquela necessidade de continuar, teimosamente, sem qualquer inspiração ou motivo a desenvolver um novo texto. Surgido e nascido puramente do que é inominável pra mim, mas que existe, indissociável da minha pessoa.
Numa provocação recente, um autor, me fez refletir que o que diferencia um artista de um aventureiro na arte é o fato de não conseguir parar. De forma natural, isso me auxiliou a enxergar a escrita como uma protagonista real na minha vida, eis que tão essencial nas pausas, quanto nas correrias.
Há um enlace real e profundo nessa dinâmica comigo mesma que nasce e morre aqui. Um ciclo contínuo que acompanha-me em fases e fases e momentos e momentos e que mora no sempre.
Que na vida, não me faltem pulmões pra respirar e consciência pra transcrever o que respiro e movimentos que nunca me impeçam letras.
Que me falte inspiração, mas nunca vontade. É na vontade que reside boa parte de tudo que é assinado por mim. É da vontade que me saem essas letras.
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