domingo, 9 de julho de 2023

Onde moram essas letras?

Comecei três textos, não terminei nenhum. Há boas frases em cada um, mas nenhuma profundidade. Como sempre, nas pausas, começo um parágrafo esperando que o seguinte me traga algo. Uma reflexão, uma lembrança, uma ideia minimamente digna de transformar-se em estória. 

No entanto, como tantas outras vezes, vou pegando-me naquela necessidade de continuar, teimosamente, sem qualquer inspiração ou motivo a desenvolver um novo texto. Surgido e nascido puramente do que é inominável pra mim, mas que existe, indissociável da minha pessoa. 

Numa provocação recente, um autor, me fez refletir que o que diferencia um artista de um aventureiro na arte é o fato de não conseguir parar. De forma natural, isso me auxiliou a enxergar a escrita como uma protagonista real na minha vida, eis que tão essencial nas pausas, quanto nas correrias.

Há um enlace real e profundo nessa dinâmica comigo mesma que nasce e morre aqui. Um ciclo contínuo que acompanha-me em fases e fases e momentos e momentos e que mora no sempre. 

Que na vida, não me faltem pulmões pra respirar e consciência pra transcrever o que respiro e movimentos que nunca me impeçam letras. 

Que me falte inspiração, mas nunca vontade. É na vontade que reside boa parte de tudo que é assinado por mim. É da vontade que me saem essas letras. 

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