domingo, 14 de janeiro de 2024

Do outro planeta

Durante um longo período, ela esperou que lhe fosse transmitida alguma resposta.

Não é que havia lançado perguntas ao espaço. Mas é que imaginou que de alguma forma o espaço compreenderia a interrogação presente no silêncio que lançava. 

Após passar, rapidamente, por alguns planetas habitados, concluiu determinada, que preferia os que encontrava vazios. Na ausência de perguntas e respostas que deveriam ser formuladas, havia a deliciosa descoberta nas perguntas e respostas que não deveriam. 

Pousar em um solo onde podia retirar o capacete era um deleite sagrado. Um presente raro na sua jornada intermitente. A astronauta, aproveitando o pouco tempo que tinha, respirou.

E naquele céu do planeta que não era azul, imaginou-se olhando para o céu de um que era.

(...)



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