quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Morto ou vivo?


Vivo, tão vivo.

Mesmo que esteja morto.


É apenas uma forma de olhar, 

o lado diferente do muro.


Vivos, tão vivos.

Estamos nós?

Estão os mortos?

Uma questão de ângulo, 

de geometria interna,

espaço e tempo

local.


Aqui os relógios sinalizam os minutos. 

Percorrem com “tic e tac” o tempo que falta pra chegarmos lá.

Como será que o tempo gira do outro lado?

Será que, ao contrário, contabiliza-se o tempo de voltar? 

Mas quem é que vai?

E quem é que volta?

Talvez estejamos todos mortos-vivos,

Aqui ou lá,

Chegando, partindo.

Percorrendo as estradas que levam aos reencontros.

Ou talvez o que nem exista seja, de fato, o morrer.

As pessoas que amo estão vivas.

Não importa o que acontece com a química de seus corpos.

Em meu coração seguem, em meu coração vivem, em minhas memórias sorriem, em meus pensamentos florescem e semeiam tudo o que plantaram em mim.

Vivos!

Tão Vivos!

Estão vivos.

Como pude questionar?

Não existem mortos.

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